terça-feira, 15 de setembro de 2009

Mais um!

Domingos Lopes decidiu abandonar o PCP. Na carta que enviou à direcção e que é divulgada pelo jornal Público, o ex-dirigente comunista afirma que este é o único partido no mundo que continua a apoiar a invasão da Checoslováquia por tropas da então União Soviética em 79. Domingos Lopes critica também que o PCP ainda defenda que países como a Coreia do Norte ou a China se orientam para o socialismo. O seu afastamento na candidatura autáquica foi o que fez "transbordar o copo".

Domingos Lopes critica também que o PCP ainda defenda que países como a Coreia do Norte ou a China se orientam para o socialismo.
Há nove anos, Domingos Lopes já se tinha demitido do comité central do PCP, saiu após a suspensão de Carlos Brito e das expulsões de Edgar Correia e de Carlos Luís Figueira.
Domingos Lopes foi agora mais longe, entregou o cartão, pondo fim a quarenta anos de militância no PCP.
Domingos Lopes justificou hoje à Lusa a sua saída do PCP com questões políticas e ideológicas, salientando que já não se identifica "enquanto militante" com o partido, embora não tenha mudado de ideais.
O jornal Público noticiou hoje que Domingos Lopes, ex-membro do Comité Central, abandonou o PCP. Numa carta datada de 07 de Setembro, o ex-militante comunista faz duras críticas ideológicas e políticas ao partido.

Em declarações à agência Lusa, Domingos Lopes explicou que a decisão de deixar o partido só foi tomada agora porque ao longo do tempo foi acreditando que "as coisas poderiam mudar".
"É todo um conjunto de situações, desde problemas de política interna, da democracia interna do partido, da relação do partido com as organizações sociais, das relações internacionais com outros partidos, com as propostas para a saída da crise", contou.
O ex-membro do Comité Central do PCP salientou que já não se identifica enquanto militante com o partido para o qual entrou há 40 anos.


"Não me identifico enquanto militante. O meu ideal continua a ser exactamente o mesmo. Não mudei nada, continuo a ser aquele jovenzito que em 1969 foi abordado pelo partido em plena luta extraordinária de estudantes na Universidade de Coimbra, mas passaram 40 anos e aconteceram coisas extraordinárias para o bem e para o mal", frisou.
De acordo com Domingos Lopes, o socialismo tal como o partido o entendia "rebentou, explodiu".
"É necessário tirar conclusões, é necessário que haja um compromisso muito forte a nível da liberdade e da democracia. Por exemplo como é que é possível defender que a Coreia do Norte é um país com características socialistas, uma ditadura familiar brutal? Como é possível continuar a defender a invasão da Checoslováquia?", disse.


Domingos Lopes diz que tentou que o abandono do partido não coincidisse com a campanha eleitoral e com os debates eleitorais, mas a situação "tornou-se insustentável".
"Houve uma situação que fez com que o copo enchesse e transbordasse. Eu sempre fui candidato à Assembleia Municipal do Alandroal e ainda nem tinha decidido se queria ser candidato ou não, mas alguns dirigentes do partido fizeram constar que eu é que tinha recusado o convite", contou.
"Será que um partido tem o direito de decidir, impedir tudo acerca da vida dos militantes quando é e quando não é, e quando há um passo que se dá põe-se em causa o partido. Não, eu já me libertei disso", referiu.


Domingos Lopes salientou que não quer ser deputado, nem participar em campanha nenhuma, nem passar para outro partido.
"Não mudei nenhuma ideia. Quero apenas ser advogado e um cidadão com a minha consciência tranquila e 40 anos de militante são um exemplo disso", referiu.
Domingos Lopes considerou ainda que a direcção do partido "não tem qualquer proposta a fazer às outras formações e forças políticas de esquerda para derrotar a política neo-liberal conduzida pelo PS".


Jerónimo de Sousa desvalorizou a demissão lembra que «esta é a formalização de um processo que já era, em data escolhida», realçando que é questionável se «se pode sair de um sítio onde já não se está».


O secretário-geral do PCP desvalorizou o abandono de Domingos Lopes, lembrando que «no princípio do ano até agora entraram mil novos militantes» para o partido. “Essa é a verdadeira notícia”, disse. À margem de uma arruada em Algés, Oeiras, Jerónimo de Sousa afirmou que a saída de Domingos Lopes é a "formalização de um processo que já era", criticando a oportunidade do anúncio do agora ex-militante comunista: "em data escolhida, coincidente com estas eleições".

1 comentário:

Anónimo disse...

E?

De facto o senhor e os seus correligionários, têm na vida um objectivo, o PCP, sem ele de facto o que eram?
Eu digo-vos, meras baratas num partido a muitas vontades e favores que é o vosso.

Passem bem, tenham cuidado com as azias MFL.